A busca por seios perfeitos é um dos principais desejos estéticos das beachtennistas. Foto: reprodução

 

Uma questão que gera controvérsia até entre especialistas é sobre a colocação de prótese de silicone quando há flacidez na mama. É fácil decidir quando as mamas não têm flacidez nenhuma ou quando há uma acentuada. Nos casos limítrofes, é necessária uma avaliação individualizada e com a participação ativa da paciente.

Quando queremos aumentar a mama sem flacidez, a colocação de próteses de silicone resolve a questão.  Nos casos em que a flacidez é acentuada, está indicada a mastopexia com prótese. Neste procedimento, além da colocação da prótese, se retira a pele que está excedente (flácida) e se reposiciona o mamilo que está caído. O resultado é uma nova mama com o volume desejado e com a flacidez corrigida. São necessárias, porém, cicatrizes maiores que a da colocação simples de prótese mama.

A decisão do que fazer é mais difícil nos casos intermediários, em que a flacidez é pequena ou moderada.  Esta discussão envolve a auto-avaliação da paciente e seu modo de lidar com cicatrizes maiores ou com a persistência de flacidez discreta das mamas.

Quando se coloca uma prótese em mamas pouco flácidas, evidencia-se facilmente que a flacidez diminui, pois o volume mamário aumenta e a quantidade de pele continua a mesma. Ou seja, a mama fica mais preenchida, mais firme e arredondada. No entanto, como não foi retirada pele, e o mamilo não foi reposicionado (elevado), o conjunto mama/prótese pode ficar um pouco mais baixo do que o desejado pela paciente. Em alguns casos, mesmo que menos intensa, a flacidez residual pode gerar insatisfação.  Por outro lado, muitas pacientes têm receio das cicatrizes maiores que a mastopexia impõe.  Este é o dilema dos casos intermediários e configura uma discussão muito frequente nos consultórios de cirurgia plástica.

O dilema é entre realizar apenas a colocação de prótese que tem cicatriz bem pequena, mas que pode não corrigir completamente a queda e a flacidez da mama, e a realização da mastopexia com prótese que necessita de cicatrizes maiores, mas que remove o excesso de pele e eleva a mama reposicionando o mamilo. A maneira mais eficaz de resolver este dilema é trazer a paciente para dentro desta discussão e perceber o que é mais importante, quais são as prioridades de cada paciente. Muitas mulheres toleram bem mamas discretamente caídas. Outras querem a elevação máxima das mamas para não precisar usar sutiã. Outras têm muito receio de cicatrizes maiores. Outras não se importam, pois as cicatrizes ficarão escondidas pelo sutiã ou biquíni. Levando em consideração cada um destes aspectos, o cirurgião chega ao plano cirúrgico ideal para cada paciente.

 

—–

**Dr. Carlos Renato Kuyven é formado em medicina pela UFRGS, cirurgião geral pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre e cirurgião plástico pelo Serviço de Cirurgia Plástica Ivo Pitanguy, no Rio de Janeiro. Antes de retornar para Porto Alegre, passou um ano como cirurgião convidado no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Pellegrin, em Bordeaux, na França. Ele atende na Clínica Kuyven (Avenida João Obino, 345. Telefones: 51 3388.4686/ 992997401).

 

Deixe uma resposta